domingo, 9 de outubro de 2011

Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura. Esses, sim, são os bons. Eu só escrevo para fazer afagos. E porque eu tinha de encontrar um jeito de alongar os braços. E estreitar distâncias. E encontrar os pássaros: há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez). Uns escrevem grandes obras. Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, embaixo das portas.

Rita Apoena

Vazio.

Eu sinto falta de ter alguém, sim, digo que tenho o coração duro, como uma pedra, mas ele é enganador, meu coração me pede pra mentir ás vezes. Sinto falta de olhos nos olhos, agrados e abraços, beijos e declarações, brigas bobas, sentir saudades, mãos dadas, sorrisos envergonhados, histórias, sussurros, cafunés, sentir dias frios com um sol fraquinho, de uma canção que descreva "nós", reciprocidade. Pode ser uma carência idiota, mas essa vontade de ter alguém pra preencher o vazio está tão grande, que eu poderia sair entregando flores por aí. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Felicidade ?

Felicidade pra mim nada mais é como um sentimento momentâneo que dura no máximo meia hora até vir uma bomba de azar que dura um mês, dizer que é feliz é uma coisa meio enganosa, ninguém é totalmente feliz, isso não existe, sempre tem um saco de merda pra cair na sua cabeça. Pessoas que dizem ser felizes, "alegres" são apenas efusivas necessitadas de atenção, querem transmitir uma alegria cheia de hipocrisia, eu pelo menos consigo sentir isso nelas. Não quero dizer que é "cool" ser deprimido, muito pelo contrário, é horrível. A infelicidade é algo muito mais sincero, porque eu sou realista, você vive em um mundo fodido, com uma vida fodida sendo rico ou pobre, tendo saúde ou não, você vai se foder muito na vida. A felicidade não existe pra quem pensa demais nas coisas, no mundo, na vida, a completa felicidade existe nas mentes que pensam pouco, por isso são iludidas, com pouco. Não consigo dizer com toda a certeza que sou feliz por ter uma vida, não tive culpa se meus pais não sossegaram em um dia daqueles, eu simplesmente nasci, dizem que é obrigação de uma pessoa ser feliz nesse mundinho, o cheiro do mundo me dá asco, existem mais coisas ruins do que boas, a vontade de sentar no cantinho de um quarto vazio e chorar é muito maior do que sair por aí pulando e festejando a desgraça.Compartilhar esse sentimento difícil é impossível para seres que nascem, "vivem"e morrem, tem o corpo que tanto cuidou para ser feliz, sendo enterrado ou cremado, acho que todos vivem por viver, porque nasceu, a felicidade é da cabeça de qualquer um.




"Tristeza não tem fim
Felicidade sim


A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar


A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira


Tristeza não tem fim
Felicidade sim


A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor


A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem


Tristeza não tem fim
Felicidade sim


A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor"


— Vinicius de Moraes

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Inspiração repentina.

Me bateu uma vontade de escrever de novo, não importando quem irá ler ou não, se alguém irá ler, estou com o sono acumulado no momento, querendo desabafar em páginas de cadernos ou por aqui, bateu uma vontade de escrever  coisas sem sentido, de dizer que nada faz sentido, que as coisas vão e não vão bem, da cabeça conturbada, da preguiça e da vontade mórbida em não levantar da cama em não fazer nada. Me pergunto se eu bebi, e brindei com a desgraça, se fumei e entrei numa paz estranha, mas não me lembro, não fiz nada, só pensei demais, pensar, se perguntar, girar e contorcer os sentidos ás vezes faz parecer que os miolos vão explodir, que as partes do meu corpo vão parar os pedaços a cada ponto de interrogação que espreme meu cérebro, é como se o mundo me fizesse parar em um trilho com um trem vindo com toda a velocidade a cada pergunta sem resposta, a cada passo sem rumo, a cada maluquice da minha cabeça.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

De saco cheio desses julgamentos sem porquê, dessa falta de bom senso, dessa gente ridícula que proclama  uma geração idiota, dessa vontade de mostrar ser melhor que os outros, desse prazer de inventar mentiras, de humilhação, dessas efusividades e abraços falsos, de tanta alienação, de tanta mente fechada, desse mundinho medíocre... da estupidez humana.

sábado, 16 de julho de 2011

(..)
Vai ver que não é nada disso
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que nunca fui o mesmo
A culpa é toda sua e nunca foi...
Mesmo se as estrelas
Começassem a cair
A luz queimasse tudo ao redor
E fosse o fim chegando cedo
Você visse o nosso corpo
Em chamas!
Deixa, pra lá...
Angra dos Reis - Legião Urbana

Despersonalização

Não vou conseguir realizar isso, não posso, faço errado, vou sair daqui, isso está me alastrando.
Sinto como se meu corpo não estivesse aqui, nesse lugar, minha cabeça não está aqui, todo mundo parece irreal, eu pareço irreal, ei você não existe como pode estar sentado ao meu lado ? Esse cheiro de cigarro está me enjoando, mas eu não estava fumando e nem você. Talvez seja o sono querendo me enganar, quem sabe se eu morder meu braço e me olhar no espelho toda hora eu terei certeza que existo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Você me sufocava com suas palavras, sua presença já não era tão boa, minha vontade já tinha passado,as coisas perderam a graça, até mesmo o que não tinha. O vento de partida no meu rosto bateu, resolvi ir por esse caminho menos sombrio, fui vagando até encontrar pétalas de flores para me segurar e não cair em mais nenhum abismo, dentro dos olhos de ninguém, até por enquanto.

Me recordo bem...

 De ser arremessada alguns metros de distância, do trauma, do medo, a morte. Ainda lembro, era um domingo cinza, sangue, pernas, fratura, dor de nascer de novo.

Um pouco de paranóia

Sei que não cometi nada de errado, mas estão me perseguindo
Não estou vestida de palhaça mas estão rindo de mim
Estão me observando muito, vou apressar os passos
Você pode ser um assassino enganador, tentando me manipular
Você escondeu o que eu procuro
Tá escuro, não vou ao banheiro
Preciso dormir, mas tenho medo.



 Ás vezes são tantos sentimentos misturados, atropelados, despedaçados que eu fico perdida, falo da minha cabeça que roda como um redemoinho de emaranhadas coisas, coisas sem sentido, sem porquê, sem razão de estar ali, falo daquele sentimento de querer sair por aí jogando tudo nas caras alheias, quebrando tudo, falo desse gosto amargo na boca, desse gosto de café amargo, falo dessa vontade de entender as coisas, de compreender, do sentimento de tristeza que bate, vai e vem, da alegria repentina sem querer, da ansiedade da qual não me larga, não vai embora, que me corrói, me faz entristecer como um final de tarde, que me traz lembranças todos os dias, aquele céu com as nuvens em um tom avermelhado, aquelas folhas secas, aquela rosa que você pôs atrás da minha orelha, tento mudar as coisas, tento me mudar, mas é tanta bagunça, tanta vontade de gritar, de fazer isso parar, falo da falta de concentração com o importante, que não é importante pra mim, da falta que a realidade me faz, mas que a solidão preenche.

Mais um primeiro post.

Por algum motivo, meu outro blog expirou, enfim, pretendo recomeçar meus textos nesse aqui.


Veio uma inspiração e de repente, mais rápido que um fechar de pálpebras, essa inspiração foi embora, ás vezes as coisas passam pela minha cabeça como se fosse um segundo de irrealidade, consigo me lembrar o fato de que eu tenho problemas de memória, ás vezes me descuido e deixo leves pensamentos mórbidos ocuparem essa parte de mim, fazendo com que eu me esqueça e perca o sentido das coisas.